Casos Clínicos Hospital da Luz
CASOS CLÍNICOS HOSPITAL DA LUZ da cúpula com um bordo inferior a 1 cm. Por outro lado, a habilidade do cirurgião na realização de nós intra ou extracorporais poderá, por falta de técnica ou experiência, aumentar o risco desta complicação.1 As manifestações clínicas mais frequentemente associadas à deiscência da cúpula vaginal incluem:1,2,4,6,8,13 · Dor pélvica (em 60% dos casos) · Hemorragia vaginal (em 30% a 60% dos casos) · Perda de fluidos vaginais (em 30% dos casos) · Sensação de pressão ou massa vaginal (em 30% dos casos) Em alguns casos, a deiscência da cúpula vaginal ocorre mais de cinco anos após a cirurgia.1,2 Numa revisão alargada (59 casos de evisceração) o intervalo de tempo entre a cirurgia e a complicação foi de 6 a 20 meses.8 Para as mulheres em pré-menopausa, a deiscência é em geral mais precoce (dois a cinco meses depois da cirurgia) e mais comum depois da primeira relação sexual após a cirurgia.1,2,8,11,13 Nas mulheres em pós-menopausa, a deiscência está mais frequentemente associada a prolapso dos órgãos pélvicos, acontecendo vários anos após a cirurgia.2,4,8,9 As estruturas mais frequentemente evisceradas através da vagina são o intestino, epíplon, trompas de Falópio e apêndice.1,2,4,8,11,13 A deiscência da cúpula vaginal, com ou sem evisceração, é de diagnóstico clínico, sendo para isso essencial o exame pélvico. Na ausência de evisceração e com a doente estável, o defeito poderá ser reparado por via vaginal. Todas as situações de evisceração deverão ser consideradas uma emergência cirúrgica. A melhor via para a resolução depende da condição clínica da doente e da experiência do cirurgião. São opções possíveis a reparação cirúrgica por via vaginal, laparotomia, laparoscopica ou uma combinação das referidas, todas descritas na literatura.1,4 No caso presente, na opção por resolução por laparotomia teve peso a decisão da doente. BIBLIOGRAFIA 1. Hur HC, Guido RS, Mansuria SM, Hacker MR, Sanfilippo JS, Lee TT. Incidence and patient characteristics of vaginal cuff dehiscence after different modes of hysterectomies. J Minim Invasive Gynecol 2007;14:311-7. 2. Iaco PD, Ceccaroni M, Alboni C, et al. Transvaginal evisceration after hysterectomy: is vaginal cuff closure associated with a reduced risk? Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2006;125:134-8. 3. Donnellan, NM, Hur, HC, Mansuria, SM, Lee, TT. Incidence of vaginal cuff dehiscence after different modes of hysterectomy: A follow-up study to a single institution's experience. 2010 (aguarda publicação). 4. Croak AJ, Gebhart JB, Klingele CJ, Schroeder G, Lee RA, Podratz KC. Characteristics of patients with vaginal rupture and evisceration. Obstet Gynecol 2004;103:572-6. 5. Robinson, BL, Liao, JB, Adams, SF, Randall, TC. Vaginal cuff dehiscence after robotic total laparoscopic hysterectomy. Obstet Gynecol 2009;114:369-71. 6. Agdi, M, Al-Ghafri, W, Antolin, R, et al. Vaginal vault dehiscence after hysterectomy. J Minim Invasive Gynecol 2009; 16:313-7.
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